“Eu medi os céus, agora eu meço as sombras. Minha mente ao céu esteve presa, o corpo descansa na terra.”

JOHANNES KEPLER

Capricorniano, cientista brilhante e astrólogo.

Johannes Kepler nasceu em Weil der Stadt, na Alemanha, em 27 de dezembro de 1571. Foi um astrônomo, matemático brilhante e astrólogo, que se tornou célebre por ter formulado as 3 Leis Fundamentais da Mecânica Celeste, chamadas de Leis de Kepler, que serviriam como uma das bases para a Teoria da Gravitação Universal de Isaac Newton.

Geralmente, é muito difícil termos o horário de nascimento de pessoas que nasceram séculos atrás, mas no caso de Kepler, os dados são classificados pelo site Astro.com como categoria B, ou seja, são confiáveis, fundamentados em dados biográficos.

Seu ascendente é Gêmeos, o que indica múltiplos interesses, com Netuno angular, o que é compatível com o fato de Kepler ter desenvolvido um importante trabalho no campo da ótica, uma versão melhorada do telescópio refrator e ajudado a legitimar as descobertas telescópicas de Galileu Galilei, seu contemporâneo.

Note-se que Netuno é o planeta regente de Peixes, signo que ele tem no Meio do Céu, na área profissional, onde vemos Plutão angular, configuração compatível com o fato de Kepler ser considerado figura chave na revolução científica do século XVII.

Sua mãe fazia poções e vivia sozinha, fato compatível com Lua na casa 12 do seu mapa, e que era suficiente naquela época para ser acusada de bruxa. Foi o que aconteceu e a levou à prisão. Katarina Kepler ficou mais de um ano presa e obrigou Kepler a defendê-la pessoalmente no tribunal.

Além de cientista brilhante, parece que Kepler também era criativo, tinha talento artístico latente e uma imaginação muito fértil, o que é indicado por Netuno no ascendente em seu mapa. No começo da segunda década do século XVII, circulou um manuscrito de Kepler que tinha como título O Sonho, e que hoje é considerado a primeira obra de ficção científica.

Nele, Kepler descrevia uma fantástica viagem à Lua e esboçava um tratado sobre viagens interplanetárias, para ilustrar a viabilidade de um sistema não geocêntrico e da prática da astronomia da perspectiva de outro planeta, isso com elementos autobiográficos.

“A crença no efeito das constelações se deriva em primeiro lugar da experiência, tão convincente que só pode ser negada por gente que nunca a examinou.” 

Temos de admitir que é algo que não se esperaria de um cientista, pelo menos não de um matemático, especialmente alguém que tem Mercúrio em Capricórnio, posição planetária mais condizente com ciências exatas e uma forma de pensar e se comunicar formal e estruturada.  

Cabe lembrar que Urano, planeta associado à ciência, que ele tem em conjunção à Mercúrio, planeta do intelecto, só seria descoberto mais de um século depois. Já Plutão só seria descoberto em 1930, mais de trezentos depois, enquanto Netuno, planeta do sonho e da inspiração criativa seria descoberto cerca de 200 anos depois daquele episódio.

Além de seu trabalho acadêmico e suas importantes descobertas, como a das órbitas planetárias elípticas em vez de órbitas circulares, Kepler publicou almanaques com previsões e foi astrólogo da Corte do duque de Wallenstein. Ele era o que se pode chamar de astrólogo cientista. mas defendia uma abordagem empírica, sem o viés místico de então, lembrando que a astronomia e a astrologia ainda não haviam se separado naquela época. 

Kepler casou-se pela primeira vez aos 26 anos com uma jovem viúva chamada Bárbara Muller, com quem teve 4 filhos, dos quais 2 morreram. Perto de completar 42 anos, já viúvo, casou-se novamente.  Não se admira que alguém que tem Sol e Vênus em Capricórnio na casa 8, que é a área de experiência dos bens compartilhados, depois de ter analisado 11 possíveis candidatas tenha dito a respeito da escolha da segunda esposa: “conquistou-me com seu amor, lealdade, poucos gastos domésticos…”

A moça em questão tinha 24 anos e se chamava Suzana Reuttinger. O casal teve 6 filhos, dos quais 3 morreram. Interpretando seu mapa, provavelmente não seria possível prever que ele teria essas tristes perdas, mas em perspectiva podemos montar um quadro que traz indicações dessa possibilidade.

Ele tem Leão na casa da família, sendo que o Sol, regente desse signo está na casa 8, das perdas, mortes e crises, em quincunce com a Lua, que representa a família e as crianças, que está na casa 12. Já na casa dos filhos ele tem Marte em quadratura com Mercúrio, que rege Virgem, signo da cúspide da casa.

Kepler morreu em 1630, cerca de um mês antes de completar 60 anos. O homem que nasceu prematuro, teve varíola e problemas de visão, que se encantou pela astronomia ainda criança, que se tornou professor de matemática aos 23 anos e defendeu o heliocentrismo deixou um grande legado e o seguinte epitáfio: